Quando fui à inspecção militar pesava quarenta e oito quilos; talvez por isso foi-me atribuída a especialidade de armas pesadas de infantaria. Tudo aquilo girava em torno do cálculo de trajectórias de tiros, parábolas mortíferas projectadas nos céus. Totalmente ignorante e sem qualquer queda para a geometria, um dia, aplicando, a meu modo, a fórmula do livro ao tiro do morteiro, apontei a boca da arma para o que era suposto ser o alvo. Sem paciência para tipos da minha laia, o irascível tenente, comandante do nosso esfrangalhado pelotão, invectivou-me com um ó rapaz olha lá para onde estás a apontar. Estava de facto, para a janela do quarto do comandante, no quartel em Mafra. A guerra estava perdida.
29-30 de Setembro: Colóquio “A Filosofia em Portugal no tempo de Camões”
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O Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, em parceria com o
Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, irá promover um Colóquio sobre “A
Filoso...
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