Os deuses tiram quando dão. Li isto no Fernando Pessoa. E hoje, que é sábado e um vento frio ensarilha a cidade e afugenta os homens, senti o que é. Nesta esquina, perdido de bêbado, olhando-me indiferente, um homem fala uma língua incompreensível. Naquela janela de uma repartição pública, pálida, uma luz cinzenta, artificial, gelada de desolação acompanha alguém para quem o único desespero restante é o trabalho por fazer. O mundo perdeu forma e substância, esfera oca no vazio, povoada de nada.
Poema às almas que ainda virão e lutarão pela Verdade e a Divindade na
Humanidade fraterna e multipolar.
-
Ó esperanças escondidas,
resisti na vossa integridade
e chegareis ao local sagrado
onde o peito respirará fundo
e se abrirá como espaço puro
da auto-...
Há 4 horas