Regressei, apressado, porque sabia que ia chegar atrasado.. Mas ele esperava-me. Há uma semana disse-lhe que ali estaria, na Boa-Hora, segunda-feira, todo o dia. Anotara e não se esquecera, nem do dia nem do que me prometera: alguns livros do falecido advogado Luiz Pedro Moitinho de Almeida, a cuja memória dedica desvelo fraternal. Eu acredito no destino que nos tece a cadeia da união que nos enlaça. Hoje à noite, já exaurido, peguei num deles. É uma conferência proferida em 3 de Abril de 1954, precisamente em Setúbal. Moitinho de Almeida que eu vi, vivo, pela última vez, a advogar, também no Tribunal em Setúbal, conheceu Fernando Pessoa, empregado de um escritório de seu pai. A conferência dedicou-a à biografia do poeta. É um texto eivado de carinho. Remata-a uma carta de Pessoa sobre uma tentativa do então jovem Moitinho editar uns versos em francês. O autor da «Tabacaria» sugeria que os suprimisse: «tirando o tirado o seu livro ficará interessante», disse. Pensei nisso: «tirando o tirado», sobrava-me a alegria de viver, o remanescente que ainda vale a pena.
Do valor de Bô Yin Râ, e do nascer de novo no espírito, segundo Jesus. No
dia do seu aniversário em 2024: 25 de Novembro, 1876.
-
Bô Yin Râ é um dos mestres espirituais mais valiosos do século XX, mesmo
que apenas algumas pessoas o conheçam, ou ...
Há 3 horas