Há na estilística do português um uso indeterminado do pronome possessivo. Mas o mais ambíguo ainda é o artigo definido, usado para individualizar o objecto. É o falar dos que dizem «o meu amanhã», como se lhes pertenecesse e o soubessem como vai ser. Língua variada, tudo se complica quando o pronome possessivo não traduz posse, mas sim uma simulacro de adjectivo, a que o artigo definido dá o toque de intimidade. É como na frase «aquela tua maneira de mo dizeres». O «tua» nada tem a ver com o que te pertence, o que possuis, mas com aquilo que em ninguém mais eu encontro. Aquela tua maneira de seres tu.
Um poema às árvores sagradas, e aos plátanos da avenida das termas de
Caldas do Moledo, escrito junto ao rio Douro.
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No meio dum caderno diário de bolso de 76 páginas escrito em 2010 na serra
da Estrela e numa peregrinação ao rio Douro encontrei quatro poemas. Passo ...
Há 23 horas