A ideia de que, cortando um cone às fatias, segmentando-o em planos paralelos, se obtêm círculos cada vez mais pequenos, até que no fim, já no vértice, o que se corta é menos do que um ponto, é afinal o próprio nada, é abstractamente verdadeiramente e realmente impossível. Ao ser prático repugna o nada, se bem que para o matemático o zero faça sentido. E, no entanto, fatiado o frango de churassco, lasca a lasca, há sempre um que come a última, há sempre outro para quem já não há mais. O que legitima, enfm, uma conclusão epistemológica universal: as asserções verdadeiras, logicamente congruentes, ontologicamente improváveis, conhecem uma excepção: o frango de churrasco. O que hoje, domingo de praia, não é má ideia para o almoço. E com batatas fritas.
Conto espiritual: um mestre em Portugal. Testemunhos de discípulos.
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