Pode escrever-se e tanto se tem escrito sobre o Autor ou sobre a Obra. Deve evitar-se a minudência íntima, com que tantos redigem biografias de trivialidades, para que ainda exista a decência do respeito. Mas não ante o sentimento quando singelo, o que exprime quanto provém do coração, pois é mais filosofia que quanta racionalidade o frio cérebro possa compor.
É esta a essência profunda do ser, o precário fugaz da sua existência.
Um autógrafo, o flagrante de uma vida.
Que tudo se torne no que veio a ser, que importa?
O milagre do instante, essa é a verdade do Amor, numa singela dedicatória.
Que obra sua valeria mais neste preciso momento para este Homem, que totalidade de uma biblioteca que houvesse já escrito, seria mais do que a ternura destas linhas?