A dedicatória era singela, amiga: «quando folheares este livro lembra-te dos dois dias de grande camaradagem que passámos no Redondo, 14/8/56». Encontrei-a, mal arrumada, na estante de literatura de ficção portuguesa, a edição tirada em 1956 pela Livraria Tavares Martins do livro A Alegria, a Dor e a Graça de Leonardo Coimbra, a que o editor juntou o diálogo Do Amor e da Morte. Estava num alfarrabista em Coimbra, um primeiro andar de preciosidades. Obra revista e prefaciada por Sant'Anna Dionísio, comemorativa de vinte anos do desaparecimento do filósofo. De ambos aqui falei, ainda ontem precisamente, tudo a evidenciar que o acaso é uma preguiça do espírito para não se confrontar com o embaraço dos acontecimentos destinados. «Podeis dizer que os indivíduos permanecem, porque, se acendeis a luz, eles surgirão», escreve o magnífico autor de A Rússia de Hoje e o Homem de Sempre. Uma escrita de um «optimismo levitante» lhe chamou o prefaciador. Necessária escrita, indispensável optimismo, chegado a Lisboa, ferroviariamente.
27 de Novembro: lançamento de novo Livro MIL, de Ana Sofia Lopes, no Grémio
Literário...
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