Agora vai ser até rebentarem com o Agostinho da Silva. Quando era vivo quase metade ignorava-o, a maioria do resto tomava-o como um palhaço, uma minoria compreendia-o. É para isto que servem as efemérides, para matar os mortos, ressuscitando-os primeiro. Houve um livro que ele escreveu em 1981 que se chamava «Fantasia Portuguesa para Orquestra de História e de Futuro». A ideia de orquestra pode induzir em erro. Em matéria de História e de Futuro, somos mais um realejo. Dá-se à manivela e já se sabe o que lá vem. Por isso é melhor deixarem passar a festa das comemorações. Quando retirarem os mirones e os gaiteiros, talvez se possa, enfim, tratar o assunto com respeitabilidade. Dele disse o Ruben A. esta coisa lindíssima, que consegui encontrar na página 101 do segundo volume do seu livro de memórias «O Mundo à minha procura»: «Ensinava-nos a não perder tempo, a ganhar tempo, a completar iniciativas que se discutiam». Um homem destes faz falta na vida de um país. Hoje, no burlesco comemorativo do espectáculo social em que vivemos, de barbicha ao vento e gato ao colo, é apenas uma forma de passar o tempo.
27 de Novembro: lançamento de novo Livro MIL, de Ana Sofia Lopes, no Grémio
Literário...
-
*Mais Livros MIL: https://millivros.webnode.com/*
*Para encomendar: info@movimentolusofono.org*
Há 2 dias