A expressão da geometria na arte começa ao nível atómico. A concentração de pontos exprime uma imagem. Percebe-o quem amplifica uma fotografia e descobre que essa imagem mais não é, afinal, mais do que uma sucessão de pontos, em branco e em negro. Sabe-o também os que estão familiarizados com a métrica da aferição da resolução de uma gravura, a qual se mede em dpis, seja em pontos por polegada. O que poucos conseguem alcançar é a simbólica dessa linguagem digital, de dois únicos valores, o um que é dado pelo negro, o zero que equivale ao branco. Uma álgebra dessas, como Leibnitz a inventou, daria para reduzir o mundo visível a números computáveis. O paradoxo dessa matemática nasce então. A multiplicação de pontos exprimem uma imagem. A multiplicação do um pelo zero, essa, dá em nada. Haverá melhor demonstração lógica de que tudo quanto se vê, afinal, não inexiste?
Uma outra revista a ler: “Portugalidade: Identidade, Cultura e Alma Lusa”
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Sob o título genérico de “Portugalidade: Identidade, Cultura e Alma Lusa”,
publicam-se neste número da Revista *Super Interessante* catorze ensaios
qu...
Há 2 dias