6.1.08

Dalila, a sensibilidade pensante

Soube pela revista «on line» Leonardo que a Dalila Lello Pereira da Costa tinha publicado mais um livro, intitulado, «As Margens Sacralisados do Douro Através do Vários Cultos».
Veio pelo correio, e ei-lo, enfim, a ser lido. Comecei pelo fim, como faço por vezes com os jornais, como quem progride do já sabido para o como se soube.
A segunda parte da obra de «pristina nostalgia» é dedicada «à irmã Galiza, com saudades».
E é sobre a saudade «essa disciplina espiritual suprema» que assina um texto, tal como escreveu, em 1975 - ano impróprio para tanto - um livro, com Pinharanda Gomes.
«A saudade vence a irreversibilidade do tempo e a distância do espaço, efectua a sintese, ou mais a união do espaço e do tempo, anulando sua aparente diferença e desunião: e anulando-os finalmente como forças terrenas».
É pela força libertadora da saudade que o homem português descobriu o céu e a terra, em busca do «mito do ser e estar paradisíaco», argonauta do mundo por haver.
Lerei tudo, este livro e todos os outros.
Ama-se esta mulher pelo que é, pelo que sabe sentir e sabe fazer-nos sentir. Obrigado por ter sido como é, essa magnífica «sensibilidade pensante». Nasceu em 1918.