O magistério de Leonardo Coimbra e o que tem de controverso projectou-se por vezes pelas mais inesperadas formas e nas mais invulgares circunstâncias. O seu estilo fogoso e o clamor do seu verbo eram o melhor serviço à difusão das suas ideias, nomeadamente junto das audiências mais jovens. Encontrei no livro de memórias do poeta José Gomes Ferreira, que ando a ler, esta forma singular de o dizer: «Demais, Leonardo Coimbra em nada se assemelhava aos meus mestres antecedentes. Trazia um estilo novo em que (não mintas, José Gomes Ferreira!) abundava a retórica ou o que aos nossos ouvidos de mocinhos ignorantes umas vezes soava a coisa nenhuma de alto verbo, outras, a música que nos empolgava e nos estremecia de pavor, quando o contemplávamos no estrado de lágrimas nos olhos». Fantástico retrato deste «professor exímio em palavrões (praguejava como se quisesse sujar a realidade)», fantástica forma de o desejar conhecer.
Francisco Soares Toscano. A Sibila Cumeana em Portugal. Os "Parallelos de
principes, e varões illustres antigos, a que muitos da nossa naçam
portuguesa se assemelhàrão em suas obras, ditos, & feitos."
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Em 1623 era dado à luz em Évora na oficina tipográfica de Manuel de
Carvalho uma obra de grande erudição, boa psicologia e sagaz
comparativismo. Do seu ...
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